O estudo "Effects of Bilateral and Unilateral Resistance Training on Horizontally Orientated Movement Performance: A Systematic Review and Meta-analysis", investigou os efeitos do treinamento de força bilateral (BLE) e unilateral (ULE) sobre o desempenho de movimentos horizontais, como sprints curtos e mudanças de direção. Este estudo envolveu uma meta-análise de 11 estudos que atenderam aos critérios de inclusão, focando em participantes saudáveis que passaram por intervenções de treinamento de força comparando BLE e ULE.
Resultados Principais
- Ambos os métodos de treinamento, BLE e ULE, mostraram-se eficazes em melhorar a performance em movimentos horizontais. O BLE apresentou um tamanho de efeito de 0,60 (IC 95%: 0,34, 0,87) enquanto o ULE teve um tamanho de efeito de 0,57 (IC 95%: 0,24, 0,89).
- Não houve diferença estatisticamente significativa entre BLE e ULE na melhoria da velocidade de movimento (diferença de 0,17 [IC 95%: -0,15, 0,50], p = 0,30).
- O BLE força e pliometria demonstrou o maior tamanho de efeito (0,88 [IC 95%: 0,40, 1,36]), seguido pelo treinamento pliométrico isolado (0,55 [IC 95%: 0,09, 1,01]). O treinamento de força isolado apresentou o menor impacto no desempenho de movimentos horizontais (0,42 [IC 95%: -0,02, 0,86]).
- No caso do ULE, o treinamento pliométrico apresentou o maior impacto (0,78 [IC 95%: 0,33, 1,24]), seguido pelo treinamento de força e pliometria (0,63 [IC 95%: 0,03, 1,24]). O treinamento de força isolado também apresentou um impacto significativamente menor (0,29 [IC 95%: -0,42, 1,01]).
- Programas de maior duração (> 6 semanas) e com mais sessões (> 12) mostraram efeitos maiores tanto para BLE quanto para ULE.
- Indivíduos mais experientes mostraram maior resposta ao treinamento BLE (0,68 [IC 95%: 0,34, 1,01]) comparado a indivíduos menos experientes (0,47 [IC 95%: -0,04, 0,97]). Similarmente, para o ULE, participantes mais experientes também mostraram melhores resultados (0,65 [IC 95%: 0,32, 0,99]) do que os menos experientes (0,39 [IC 95%: -0,41, 1,20]).
- Atletas jovens (< 18 anos) mostraram uma resposta melhor ao ULE (0,76 [IC 95%: 0,36, 1,16]) comparado aos adultos (> 18 anos) (0,39 [IC 95%: -0,15, 0,92]).
O princípio da especificidade preconiza que o treinamento deve replicar as condições do esporte para maximizar a performance. Tradicionalmente, acreditava-se que o ULE, poderia ser mais específico para esportes que envolvem movimentos unilaterais, sendo superior ao BLE. Todavia, os resultados do estudo sugerem que o ULE não oferece vantagens claras sobre o BLE, desafiando a ideia de que a especificidade sempre deve guiar a escolha do tipo de treinamento.
A inclusão de métodos combinados que utilizam BLE e ULE, especialmente com componentes pliométricos, pode proporcionar os maiores benefícios para o desempenho atlético. Isso sugere que um programa de treinamento bem balanceado, que integra ambos os métodos, pode ser mais eficaz do que focar exclusivamente na especificidade.
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