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Um estudo internacional, conduzido por Michael A. Rosenblat e colaboradores e publicado na Sports Medicine (2025), investigou de forma abrangente qual modelo de distribuição de intensidade de treino (Training Intensity Distribution – TID) é mais eficaz para melhorar o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e o desempenho em testes contrarrelógio (Time-Trial – TT) em atletas de endurance. Utilizando uma revisão sistemática com meta-análise em rede baseada em dados individuais de participantes, os autores compararam diferentes modelos: polarizado (POL), piramidal (PYR), threshold (THR), alta intensidade (HIGH) e baixa intensidade (LOW). O modelo POL caracteriza-se por grande volume em baixa intensidade (Z1), menor tempo em intensidade moderada (Z2) e uma proporção relevante em alta intensidade (Z3), enquanto o PYR mantém predominância de Z1, mas com maior participação de Z2 e menor de Z3. O THR concentra maior tempo em Z2, e os modelos HIGH e LOW se baseiam quase exclusivamente em Z3 ou Z1, respectivamente. Foram incluídos 13 estudos, totalizando 348 atletas (198 competitivos e 150 recreativos) de modalidades como corrida, ciclismo, esqui cross-country, triatlo e remo, com VO2máx variando entre 46,6 e 68,3 mL.kg-1·min-1. As análises foram feitas considerando tanto os grupos originais quanto a real distribuição de intensidade completada (per-protocol), determinada pelo tempo acumulado em zonas de frequência cardíaca.
Os resultados principais mostraram que, considerando todo o conjunto de atletas, não houve diferenças estatisticamente significativas entre POL e os demais modelos para VO2máx ou desempenho em TT. No entanto, uma análise por subgrupos revelou diferenças relevantes relacionadas ao nível competitivo: atletas competitivos apresentaram maiores ganhos de VO2máx com POL, enquanto atletas recreativos tiveram melhores resultados com PYR. Essa interação foi estatisticamente significativa, embora dentro de cada subgrupo a diferença entre POL e PYR não tenha atingido significância isolada. A magnitude das mudanças no TT foi, em média, de 1,8%, o que pode ser decisivo em contextos competitivos, mas sem diferenças claras entre modelos de TID. A relação entre mudança de VO2máx e melhora no TT foi fraca no nível individual, sugerindo que outros fatores — como a fração de utilização do VO2máx no estado metabólico máximo, eficiência mecânica e capacidade oxidativa muscular — também influenciam o desempenho. O estudo destacou ainda que amostras pequenas permanecem como um problema na ciência do esporte: apenas POL e PYR atingiram tamanhos amostrais considerados adequados para comparações robustas. Diferenças metodológicas entre estudos na definição das zonas de intensidade não aumentaram a heterogeneidade estatística, sugerindo que o método exato de determinação das zonas pode não ser decisivo para prever adaptações. Em termos práticos, os autores recomendam que atletas recreativos tendem a se beneficiar mais de uma abordagem piramidal, enquanto atletas de alto nível podem extrair maiores ganhos de um modelo polarizado, especialmente quando o objetivo é otimizar o VO2máx em períodos curtos de intervenção. Contudo, a ausência de diferenças consistentes no TT reforça a importância de considerar múltiplos indicadores de desempenho, além do VO2máx, ao avaliar a eficácia de um programa de treinamento.
Referência: Rosenblat MA, Watt JA, Arnold JI, Treff G, Sandbakk ØB, Esteve-Lanao J, et al. Which Training Intensity Distribution Intervention will Produce the Greatest Improvements in Maximal Oxygen Uptake and Time-Trial Performance in Endurance Athletes? A Systematic Review and Network Meta-analysis of Individual Participant Data. Sports Medicine. 2025. doi:10.1007/s40279-024-02149-3