Como professor, encontrei-me inúmeras vezes diante dessa frase. Infelizmente, ela revela um equívoco comum entre os estudantes: a percepção de que o treino de força e potência não é essencial para trabalhar com idosos e proporciona a melhora na sua qualidade de vida.
Essa declaração, frequentemente ouvida em sala de aula, indica uma lacuna significativa no entendimento dos alunos sobre a importância e o impacto do treinamento físico adequado na saúde e funcionalidade dos idosos. Como educador, vejo isso não apenas como uma oportunidade de ensino, mas como um imperativo para esclarecer e expandir a compreensão dos futuros profissionais da área sobre os princípios fundamentais da saúde geriátrica e o exercício físico.
Força e potência não é apenas para atletas de alto rendimento!
A capacidade de realizar atividades cotidianas com facilidade, como caminhar, subir escadas e levantar-se de uma cadeira, está diretamente ligada à força e potência muscular. A ausência de um treinamento adequado nessas áreas pode resultar em uma qualidade de vida significativamente reduzida para os idosos, limitando sua autonomia e independência.
A perda de força e potência muscular é um dos principais fatores que contribuem para o declínio na funcionalidade dos idosos. Este fenômeno aumenta o risco de incapacidades, quedas e diminuição da independência.
O treinamento de força e potência, comprovado por inúmeros estudos científicos, é um dos métodos mais eficazes para combater a sarcopenia, promovendo um aumento na massa e força muscular.
A negligência do treino de força e potência na preparação de profissionais que atuarão com a população idosa é, portanto, uma falha grave. Como educadores, temos o dever de corrigir essas concepções errôneas e garantir que nossos alunos estejam plenamente informados sobre as melhores práticas baseadas em evidências científicas. Limitar o escopo do aprendizado a aspectos percebidos como mais 'amigáveis' ou 'menos intensos' é um desserviço aos futuros profissionais da área e, mais importante, aos indivíduos idosos que dependem de intervenções eficazes para manter sua saúde e independência.
É responsabilidade dos profissionais da área da saúde e do esporte esclarecer esses equívocos e fornecer uma educação abrangente e baseada em evidências. Ignorar o treinamento de força e potência na preparação de profissionais que trabalharão com idosos não só limita a eficácia de intervenções futuras, mas também pode ter consequências negativas diretas na saúde e bem-estar dessa população.
Portanto, é vital que os estudantes entendam a relevância crítica do treinamento de força e potência para a saúde e qualidade de vida dos idosos. Como professor, sinto-me compelido a destacar a importância de uma abordagem holística no aprendizado sobre o treinamento físico, onde cada aspecto é visto como uma peça fundamental no cuidado com os idosos. Reconhecer e integrar esse conhecimento é essencial para garantir que os futuros profissionais estejam aptos a promover efetivamente a saúde e a independência na terceira idade.
Grande abraço,
Bernardo
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