Avaliando a Velocidade de Marcha em Idosos Saudáveis

  • 25-12-2023

Peters, Denise M. DPT; Fritz, Stacy L. PT, PhD; Krotish, Debra E. PhD. Assessing the Reliability and Validity of a Shorter Walk Test Compared With the 10-Meter Walk Test for Measurements of Gait Speed in Healthy, Older Adults. Journal of Geriatric Physical Therapy 36(1):p 24-30, January/March 2013. | DOI: 10.1519/JPT.0b013e318248e20d 

A velocidade de caminhada é um aspecto importante da marcha e é comumente usada como uma medida objetiva de mobilidade funcional tanto em ambientes clínicos quanto de pesquisa. Sua importância não reside apenas em suas implicações para a locomoção na comunidade, mas também por sua relação com vários desfechos de saúde. 

A velocidade de caminhada tem sido mostrada como um fator chave na determinação das necessidades de reabilitação e local de alta, com potencial para prever declínio funcional futuro e risco de queda. Além disso, um declínio na velocidade de caminhada está associado a vários fatores relacionados à saúde, como incapacidade, hospitalização, perda de independência e mortalidade. 

Melhorias na velocidade de caminhada têm sido ligadas a mudanças construtivas na qualidade de vida e no comportamento de caminhada. Essa importância, combinada com sua facilidade de uso e objetividade, justifica o uso da velocidade de caminhada como uma medida clínica prática, oferecendo mais insights sobre a capacidade funcional geral de um indivíduo.

Métodos
Este estudo comparou a confiabilidade e validade da velocidade de marcha obtida a partir de um Teste de Caminhada de 4 Metros em comparação com o Teste de Caminhada de 10 Metros, amplamente utilizado, em 43 idosos saudáveis. 

O procedimento consistiu em 3 tentativas consecutivas de caminhada em cada teste, com velocidades de caminhada avaliadas tanto por cronômetro quanto por temporizadores automáticos. 

A análise incluiu testes para normalidade dos dados, cálculo de coeficientes de correlação intraclasse (ICC) para testar a confiabilidade das medidas de velocidade de caminhada, e a técnica de Bland-Altman para avaliar a concordância entre os métodos de medição.

Resultados
As medições de velocidade de caminhada em ambos os testes demonstraram excelente confiabilidade teste-reteste, com valores de ICC variando de 0,96 a 0,98. Não houve diferenças significativas na velocidade de caminhada entre os testes de 4 e 10 metros, indicando boa concordância. 

Entretanto, a análise de Bland-Altman revelou uma discrepância de ±0,15 a ±0,17 m/s entre os métodos de medição, sugerindo que a validade concorrente do Teste de Caminhada de 4 Metros não é suficientemente alta para ser usado de forma intercambiável com o Teste de Caminhada de 10 Metros para avaliações de velocidade de marcha em idosos saudáveis.

Discussão e Conclusões
Ambos os testes de caminhada de 4 e 10 metros apresentaram excelente confiabilidade teste-reteste e valores de SEM semelhantes. Contudo, a discrepância entre os métodos de medição é grande o suficiente para potencialmente mascarar mudanças significativas na velocidade de caminhada ao longo do tempo se ambos os métodos forem usados de forma intercambiável. 

Assim, embora a confiabilidade de ambos os testes de caminhada seja excelente, o Teste de Caminhada de 4 Metros não apresenta um grau suficientemente alto de validade concorrente com o Teste de Caminhada de 10 Metros para ser usado de forma intercambiável em avaliações de velocidade de marcha em idosos saudáveis. Portanto, recomenda-se o uso do Teste de Caminhada de 10 Metros para obter a avaliação clínica mais válida da velocidade de caminhada em idosos saudáveis. 

Estudos futuros devem continuar a examinar como as sutis diferenças nos parâmetros dos testes de caminhada afetam as avaliações de velocidade de caminhada em diferentes populações de pacientes.

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