Peters, D. M., Fritz, S. L., & Krotish, D. E. (2013). Assessing the reliability and validity of a shorter walk test compared with the 10-Meter Walk Test for measurements of gait speed in healthy, older adults. Journal of geriatric physical therapy (2001), 36(1), 24–30. https://doi.org/10.1519/JPT.0b013e318248e20d

A velocidade da marcha é um aspecto importante da locomoção e é comumente utilizada como uma medida objetiva de mobilidade funcional em ambientes clínicos e de pesquisa. Sua importância reside não apenas nas suas implicações para a locomoção comunitária, mas também devido à sua relação com diversos resultados relacionados à saúde. A velocidade da marcha tem se mostrado um fator chave na determinação das necessidades de reabilitação e local de alta, e tem potencial para prever futuros declínios funcionais.

A validade de um teste de caminhada mais curto comparada com o Teste de Caminhada de 10 metros comumente usado ao determinar a velocidade da marcha é importante, pois o espaço é frequentemente um fator limitante em ambientes clínicos. Embora o valor de ICC quantifique a confiabilidade dos dois métodos, ele por si só é insuficiente para avaliar padrões de discrepância que podem estar presentes entre as diferenças nos dados.

Métodos:

Este estudo utilizou um design transversal para comparar a velocidade da marcha entre dois diferentes testes de caminhada. Participaram quarenta e três indivíduos recrutados de uma comunidade de aposentados. Os critérios de inclusão incluíam ter 65 anos ou mais, a capacidade de seguir instruções de duas etapas e a capacidade de caminhar 20 metros com ou sem um dispositivo de assistência. 

Os critérios de exclusão incluíam dor grave ao suportar peso, deficiência visual grave e/ou problemas ortopédicos graves que limitassem a capacidade de ambulação. A velocidade da marcha foi avaliada no próprio ritmo dos participantes usando um Teste de Caminhada de 4 metros (com 2 metros fornecidos para aceleração/desaceleração) e o Teste de Caminhada de 10 metros (com 5 metros fornecidos para aceleração/desaceleração). Cada participante completou três tentativas consecutivas para cada teste de caminhada. Além disso, foram utilizados cronômetros manuais e automáticos para medir o tempo de caminhada.

Resultados:

As medições de velocidade da marcha para ambos os testes demonstraram excelente confiabilidade teste-reteste, com valores de ICC variando de 0,96 a 0,98. A confiabilidade foi semelhante para avaliações com cronômetro manual e automático, com valores de erro padrão de medição (SEM) entre 0,004 e 0,008 m/s e valores de mudança mínima detectável (MDC) entre 0,01 e 0,02 m/s. Não houve diferenças significativas na velocidade da marcha entre as avaliações dos testes de caminhada de 4 e 10 metros, seja para tentativas únicas ou médias. O valor de ICC para medições de velocidade da marcha de tentativa única entre os dois testes de caminhada foi de 0,93.

Discussão e Conclusões:

Embora os testes de caminhada de 4 e 10 metros em adultos mais velhos saudáveis tenham demonstrado excelente confiabilidade e alta correlação, nossos resultados indicam que há insuficiente concordância entre os dois testes para permitir que sejam usados de forma intercambiável nesta população. 

Recomendamos o uso do Teste de Caminhada de 10 metros para obter a avaliação clínica mais válida da velocidade da marcha em adultos mais velhos saudáveis; no entanto, um Teste de Caminhada de 4 metros pode ser usado se o espaço for um fator limitante, mas o mesmo teste de caminhada precisa ser usado para todas as medições subsequentes da velocidade da marcha para avaliações de mudanças significativas na velocidade da marcha ao longo do tempo. 

Os resultados também demonstraram que cronômetros manuais são tão confiáveis quanto cronômetros automáticos na medição da velocidade da marcha. Pesquisas futuras devem continuar examinando como sutis diferenças nos parâmetros do teste de caminhada afetam as avaliações da velocidade da marcha em diferentes populações de pacientes. 

Se um teste de caminhada mais curto puder fornecer um alto grau clinicamente aceitável de concordância das medidas de velocidade da marcha em comparação com o Teste de Caminhada de 10 metros, isso pode aumentar o uso das medições de velocidade da marcha em ambientes clínicos para oferecer mais informações sobre a mobilidade funcional e o estado de saúde de um paciente.