Ativação Glútea de Curto Prazo e Desempenho Muscular: Um Estudo com Jogadores de Rugby

  • 12-07-2024

Cochrane DJ, Harnett MC, Pinfold SC. Does short-term gluteal activation enhance muscle performance?. Res Sports Med. 2017;25(2):156-165. doi:10.1080/15438627.2017.1282358

Objetivos

O estudo, conduzido por Cochrane, Harnett e Pinfold (2017), investigou se um programa de ativação glútea de curto prazo poderia melhorar o desempenho muscular, especificamente a força de extensão unilateral do quadril (UHE) e a contração isométrica máxima (MVIC) em jogadores de rugby semi-profissionais. A hipótese era que a implementação de um programa de fortalecimento glúteo resultaria em melhorias neuromusculares e de força muscular.

Métodos

Participantes: 24 jogadores de rugby semi-profissionais foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo de ativação glútea (GLUTE) e um grupo controle (CON).

Intervenção: Durante seis semanas, ambos os grupos realizaram o mesmo treinamento convencional, mas o grupo GLUTE adicionou sete exercícios de ativação glútea três vezes por semana antes das sessões de treinamento regulares.

Medidas: A atividade muscular foi medida por eletromiografia (EMG) durante um agachamento isométrico unilateral máximo (MVIC) e extensão de quadril unilateral (UHE), avaliando os músculos vasto lateral, glúteo máximo e bíceps femoral.

Resultados

Após seis semanas de intervenção, os resultados não mostraram diferenças significativas entre os grupos GLUTE e CON em termos de atividade EMG e força máxima para MVIC e UHE. Isso sugere que os exercícios de ativação glútea de peso corporal realizados não foram suficientes para induzir mudanças significativas na performance muscular.

Discussão

Os autores discutem que, apesar de existirem evidências de que a ativação glútea possa aumentar o desempenho em exercícios de salto, como mostrado por Crow et al. (2012), o programa de curto prazo utilizado neste estudo não produziu os mesmos efeitos. É possível que a intensidade e a carga dos exercícios de peso corporal não foram adequadas para jogadores bem treinados, que já possuem um sistema neuromuscular desenvolvido. Sugere-se que futuros estudos explorem regimes de carga progressiva e exercícios que envolvam maior resistência para verificar se mudanças mais substanciais podem ser obtidas.

Conclusão

O programa de ativação glútea de curto prazo não melhorou a atividade EMG nem a força de extensão do quadril nos jogadores de rugby semi-profissionais estudados. Estes achados indicam que é necessário mais investigação para determinar se programas de ativação glútea, seja de curto ou longo prazo, podem ser eficazes para o condicionamento e a reabilitação.

Pergunta:
Você já incorporou exercícios de ativação glútea em sua rotina de treino? Quais foram os resultados?


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