Este estudo teve como objetivo investigar se existe uma correlação entre o desempenho em um salto com contramovimento e a altura da caixa na qual uma atleta consegue saltar com sucesso. Além disso, buscou-se entender se a altura da caixa influencia a decolagem.
Para o estudo, foram recrutadas dez jogadoras de handebol feminino de elite (idade: 20,9 ± 3,2 anos; altura: 174,7 ± 7,6 cm; massa: 73,8 ± 6,7 kg). A atletas realizaram 3 saltos com contramovimento máximo. Subsequentemente, saltaram em caixas de alturas crescentes até que não pudessem mais saltar com sucesso. Em seguida, realizaram 3 saltos com intenção máxima em caixas correspondentes a 70% do deslocamento máximo do centro de massa (BAIXO) e 90% da altura máxima alcançada na caixa (ALTO). Por fim, concluíram mais 3 saltos com contramovimento máximo.
Não foi encontrada uma relação entre o deslocamento máximo do centro de massa nos saltos com contramovimento e a altura máxima alcançável no salto em caixa (r2 = 0,35; p = 0,071). Entre os saltos para caixas BAIXAS e ALTAS, não houve diferenças nas variáveis escolhidas, força máxima (2156 ± 390 N; p = 0,239), potência máxima (25 ± 236 W; p = 0,747), deslocamento máximo do centro de massa (0,003 ± 0,039 m; p = 0,840), taxa máxima de desenvolvimento da força (23.055 ± 6264 N.s-1; p = 0,157), e tempo concêntrico para a decolagem (0,005 ± 0,044 segundos; p = 0,721).
Por não terem sido encontradas diferenças, o risco adicional de falha, levando a lesões e as possibilidades limitadas de aprimorar a técnica específica de aterrissagem com baixo impacto ao saltar para caixas altas no treinamento não podem ser justificadas.
Portanto, esta pesquisa indica que a altura da caixa utilizada nos treinos de salto em caixa não parece afetar significativamente o desempenho do salto, e que saltar para caixas muito altas pode representar um risco desnecessário de lesão sem benefícios correspondentes para a performance ou técnica do atleta.