Estudo de revisão realiza uma análise retrospectiva da distribuição das intensidades do treinamento (TID) entre atletas competitivos nacional e internacionalmente em diferentes disciplinas de resistência. 

A revisão se concentrou em estudos retrospectivos e prospectivos que exploravam a TID, fornecendo uma visão sistemática das TID durante as fases de preparação, pré-competição e competição. Foi feita uma comparação entre a distribuição de treinamento "piramidal" (com uma alta proporção de treinamento de baixa intensidade e alto volume - HVLIT) e "polarizada" (combinação significativa de HVLIT e treinamento de alta intensidade).

**Resultados:**

1. **TID Piramidal:** A maioria dos estudos retrospectivos reportou uma TID piramidal, com extenso HVLIT (>70%), menos tempo na zona 2, e pouco tempo na zona 3, independentemente da época do ano.

2. **TID Polarizada:** Foram encontrados três estudos sobre TID polarizada envolvendo esquiadores de cross-country e um sobre corredores de maratona, sugerindo que alguns atletas de elite adotam essa abordagem em certas fases da temporada.

3. **Preferência de Atletas e Treinadores:** Os atletas favorecem o HVLIT, pois é mais tolerável em volumes elevados de treinamento. A maioria dos treinadores, no entanto, favorece a intensidade mais alta, principalmente por razões teóricas.

4. **Adaptações Fisiológicas:** A quantidade de HVLIT está ligada a um melhor desempenho, mas dobrar a quantidade não leva a uma melhora adicional e pode afetar negativamente o humor do atleta.

**Conclusões:**

Em resumo, a maioria dos estudos retrospectivos em atletas bem treinados a de elite relatam uma TID piramidal, com uma grande proporção de HVLIT. A TID polarizada provou ser uma estratégia eficaz para alguns atletas de elite em certas fases da temporada. Entretanto, estudos experimentais de 6 semanas a 5 meses demonstram respostas superiores à TID polarizada, especialmente quando comparada com TID que enfatiza THR ou HVLIT. Uma combinação de HVLIT com HIT pode melhorar o desempenho com potencialmente menos estresse autonômico e hormonal e tédio. A falta de uniformidade entre as disciplinas pode ser devida a diferenças metodológicas ou variações interindividuais. Uma TID "ótima" ainda não foi identificada, e futuras investigações prospectivas aleatorizadas deverão ser realizadas.

**Aplicações Práticas:**

Este estudo oferece insights valiosos para profissionais de saúde e treinadores sobre como a intensidade do treinamento pode ser distribuída para otimizar o desempenho em atletas de resistência. A escolha entre uma TID piramidal ou polarizada pode depender das necessidades individuais e das fases da temporada.

**Referência:**